cidadanoticias - 18/12/2024
Recentemente, a confirmação de um remake da novela Vale Tudo levantou uma questão importante: a atriz Lídia Brondi aceitaria ou não uma participação especial na trama? Afastada do cenário artístico desde 1992, quando apresentou crises de pânico e optou por não atuar mais como atriz, Lidia vive sendo convidada para fazer novelas. Ela, que se formou em psicologia e atende em seu consultório em São Paulo há mais de 25 anos e recusou a atuação, mesmo que de forma rápida, na novela.
Segundo a psicóloga Débora Telles, a decisão de fazer a transição de carreira nem sempre é fácil, mas pode ser libertadora. “Eu mesma passei por isso. Trabalhei anos em multinacionais, mas o desejo de ter meu negócio e ficar mais próxima de minha família, falou mais alto”, conta Débora que, desde então, atua como psicóloga clínica, atendendo questões familiares.
No mesmo exemplo de Lídia Brondi temos ainda Ana Paula Arósio, que deixou de ser atriz para cuidar de um haras e Marcelo Antony, que foi ser corretor de imóveis de luxo em Portugal. “A mudança total normalmente é tomada quando a pessoa não vê novas oportunidades ou sente desconforto no trabalho”, afirma Débora. “No caso de Lídia Brondi, que sofria com pânico, foi uma escolha pela saúde mental”, conclui.
Os casos envolvendo artistas ganham destaque, pela exposição de suas vidas pessoais na mídia. Seja por escolha ou imposições da vida, as transições estão aí e podem ser referência para quem deseja mudar totalmente ou apenas diversificar as atividades, para ‘não colocar todos os ovos na mesma cesta’.
A atriz Aline Campos deixa claro que isso é possível. Iniciou sua trajetória como modelo e dançarina e hoje, além de atuar em vários filmes nacionais, apresenta o programa ‘Segue o Baile’ no Canal E! e se lançou no empreendedorismo através da franquia de acessórios Monabu, da qual é sócia. “Sou muito ativa, gosto de aprender coisas novas e variar meus interesses profissionais. Empreender está sendo um de meus maiores desafios e, confesso, que estou adorando”, diz a empresária, às vésperas de inaugurar a primeira loja.
“O caso de Aline demonstra que mudar radicalmente não é a única opção e transitar entre diferentes trabalhos é uma escolha assertiva para não gerar ansiedade ou para quando precisamos ‘dar um tempo’ de certas tarefas”, completa Débora Telles. “Seja para recomeçar ou complementar o que já existe, o essencial é ter um planejamento adequado, para maiores garantias de que o objetivo seja alcançado”, conta a psicóloga.
Dicas valiosas para uma transição tranquila:
– Ter flexibilidade para novidades e resiliência para revisar a mudança a qualquer momento;
– Investir em cursos, para ampliar o leque de conhecimento;
– Conhecer seus limites e dar os passos certos. Se possível, contratar ajuda profissional de uma consultoria especializada em carreiras;
– Diversificar como faz Aline Campos é uma estratégia incrível para quem não deseja radicalizar.
“Quando há uma insatisfação real, as metamorfoses profissionais são extremamente positivas. Eu deixo aqui um conselho muito importante: se possível, deixe as pontes em pé. Você nunca sabe se precisará voltar pelo mesmo caminho”, finaliza Débora Telles.